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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Qual é o seu maior desejo? (continuação)

(continuação)
O bom mesmo é ter gozo de porco, tesão de galo e pica de jumento.
Você pede e zaz! Eis sua pica de 30 cm, grossa e sempre dura feito mandioca (sem cozinhar, é claro!). Super satisfeito você tira foto dela e põe no site de relacionamento, junto com seu e-mail. Imediatamente sua caixa postal fica repleta de mensagens, tudo gente querendo ‘dar pra você’, mulheres, homens, veados, bichas, sapatões, travestis, molambentas, magnatas,  titias, algumas vovós e alguns engenheiros, dentre estes o famoso chefe Malaquias... Sem pestanejar você passa o endereço da sua casa para as pessoas, e caravanas de desesperados, vindas dos mais longínquos rincões, começam a chegar onde você mora. Trazem presentes para lhe dar em troca de uma socada, jóias, relógios, carros, caminhões, ônibus, tratores, eletrodomésticos, sapatos, bolsas, cintos, meias, calcinhas, cuecas, capas, blusões, batinas, batas, fardas, camisolas, anáguas, roupões, livros, cadernos, bois, cavalos, burros, cães, gatos, galinhas, galos, passarinhos, peixes, papagaios, cobras, lobos, leões, tigres, elefantes, girafas, macacos... É meu caro! Homem que dá no couro ta em falta hoje em dia! Sem mais aquela a turma lhe bota um apelido - Cuca, ou melhor, Seu Cuca - e você fica na maior felicidade! Vez por outra, no intervalo entre os ‘pegas’, você chega da janela e grita eufórico, a plenos pulmões, para os desvairados, na linguagem que lhes é peculiar: “Aí malandragem: Seu Cuca é ieu! Seu Cuca é ieu gente boa!”.
Uma confusão dos diabos se forma na sua rua, logo se estendendo para a avenida próxima, mais tarde indo parar no centro da cidade. Enquanto isto você vai “chegando o relho” na cambada! Para algumas e alguns saírem, depois de serem enrabados, seria preciso o concurso da polícia, que montaria guarda vinte e quatro horas por dia em frente da sua residência. Os animais dados de presente, presos em jaulas amontoadas na sua rua, fazem um barulho ensurdecedor. Rugidos, roncos, guinchos, silvos, latidos, rosnados, assovios e trinados se multiplicam noite adentro. O fedor da caganeira e da murrinha da bicharada empesta a atmosfera. Um leão consegue fugir, pula para o quintal do seu vizinho, o devora, e o povão furioso se revolta aos berros: “frouxo!”, “não da conta!”, “molenga!”, “xibungo!”, “pereba!”, “piruba!”... Quem não foi atendido começa a inventar estórias, dizem que você tem parte com o demônio, que está possuído, fazendo o bispo da diocese local intervir e providenciar um exorcista.
Vem o ex-padre Crotão, o grande ex-Crotão - conforme o chamam no meio eclesiástico, protegido por um troço de soldados sob o comando de um coronel, o coronel Pastos, que logo no início de tudo queria rebolar na sua vara e você dispensou. Instilado por Pastos, cheio de despeito por ter sido dispensado, ex-Crotão decide que o melhor é capá-lo. Os soldados o seguram e, de novo, zaz! Lá se vai seu caralhaço. Pastos decepa sua enorme pemba, e ligeiro a 'recolhe' de lembrança, enfiada você sabe onde...
Uau! Nem pensar em querer isso!
ú ú ú ú ú
(continua em breve)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Qual é o seu maior desejo?

Qual é o seu maior desejo?

Se porventura lhe aparecesse um ente sobrenatural, concedendo-lhe um e um único desejo, fosse qual fosse, o que você pediria?
Você teria um minuto para decidir...
Qualquer sonho seu viraria realidade...
ú ú ú ú ú
É bem difícil, porém, caso isto aconteça com você, nunca peça nada de realização imediata, mas sim um poder, já que a hipótese engloba qualquer ambição. O que poderia acontecer em seguida? Vejamos...
ú ú ú ú ú
Que tal ser indestrutível?
Ora, sendo assim você poderia até governar o mundo! Quem iria ser capaz de se opor? Obama? Que nada! Você o chamaria de crioulinho safado, e o “poria pra correr com o rabo entre as pernas”. Não demoraria muito e filas intermináveis se formariam nas portas do seu palácio de governador do mundo, gente pedindo emprego, comida, dinheiro, ou apenas a sua benção, e lá dentro os burocratas mais chatos com aquela papelada infindável para você assinar. Que porre hem!
De outra forma seria empregável no lugar dos bonecos usados nos crash-tests de veículos com resultados muito mais promissores, pois - sob a ótica humana - descreveria a sensação, os pormenores do impacto, detalhe a detalhe. Nunca mais ninguém andaria de carro, e as montadoras iriam processá-lo por se fazer de obstáculo ao “progresso”. Então... Eis você na cadeia!
Como bombeiro ou policial você seria simplesmente o melhor de todos, sendo o incêndio mais ardente ou o facínora mais perigoso “fichinha” diante da sua capacidade. Vazamentos radioativos estes você “tiraria de letra”! No Japão seria guindado à posição de xogum honorário, convidado para tudo quanto é comício, recepção, cerimônia, celebração, nos quais se veria obrigado a comer as comidas mais esquisitas. Haja Sonrisal para curar a azia “do cacete”!  
Que dizer das guerras, da sua utilização militar? Nelas - nas guerras - você seria “a bucha das buchas de canhão”, com propriedade para resolver conflitos sequer fosse preciso disparar o primeiro tiro. O inimigo iria “afinar feito galinha”, mal você aparecesse. Sem demora lhe arranjariam um cargo de general-da-banda. Daí, ver desfile e ouvir corneta viraria rotina. No final do primeiro mês aquele seu calo “olho de peixe” doeria tanto que você ficaria arrepiado só de pensar em calçar as botas, e seus ouvidos - zunindo o tempo inteiro por causa das cornetadas - começariam a purgar... Mais um bocado e o encontraríamos surdo e manco de uma vez por todas. Que maçada irmão!
E o cinema? Ah, o cinema, o showbusiness! Nele a sua carteira de pedidos para atuar como dublê ficaria abarrotada. Seria um tal de cair do centésimo andar, de ser atropelado por trem, levar facada e tomar tiro que, rapidamente, você ganharia um Oscar, até que um belo dia, acusado de pedófilo por um menino bicha, estaria lascado.
Agora, nos laboratórios você seria cobaia inestimável, e dá-lhe injeção, veneno, soro, choque. O duro seriam os supositórios, né! Porém, como o uso do cachimbo faz a boca torta, logo lhe apelidariam de CDF - “CU DE FERRO”. Nas ruas todo mundo diria em altos brados: “Olha o cu de ferro! Lá vai o cu de ferro!”, um aborrecimento enorme.
É melhor não pedir para ser indestrutível.
Ser invisível... Ser invisível deve ser “da hora” hem!
Você poderia entrar no banheiro das mulheres quando aquela secretária gostosona vai dar uma mijada, enraba-la - porque é isso que ela quer, não é verdade? - e depois sair contando para Deus e o povo, só que ninguém vai acreditar. Em pouco tempo o bafafá chega aos ouvidos do chefe, e você é despedido por justa causa, por difamar a “vagabunda”. Putzgrila!
Você está chegando do serviço e se torna invisível, para fazer uma bela surpresa à sua mulher. Entra e não vê ninguém, mas um barulho suspeito escapa do seu quarto. Quando chega ao quarto para verificar é sua mulher quem lhe surpreende, deitada, levando uma coça de vara daquele seu amigão tão “dez do Brasil”... Puta merda!
Ainda invisível, desce desesperado a escadaria, atrás do porteiro, para perguntar a ele desde quando o lance rola... No quartinho do porteiro se depara com a sua filha caçula, a xodó, que sua mulher mandou dar uma voltinha, fazendo um boquete no negão. Essa é demais meu amigo, concordo com você!
Sai de novo para a rua, e vai até o bar da esquina afogar as mágoas. Como ninguém o vê, o assunto da galera é sobre quanto você é corno e sua filha é “biscate”. Caramba! E você nem sabia de nada...
Deixa pra lá esse negócio de invisibilidade.
ú ú ú ú ú
(continua em breve)



sábado, 22 de outubro de 2011

:: Professor Bartolomeu Guimarães ::

I M P A G Á V E L !

O GRANDE MENTECAPTO (e o governador Ladisbão...) - trecho -

Recebendo-o no salão nobre do Palácio com todas as honras de estilo, segundo a pantomima que seus assessores matreiramente lhe haviam recomendado, o Governador ordenou que dessem início à cerimônia. Um de seus arautos procedeu à leitura em voz alta do protocolo elaborado pelos luminares:
- O Governo da Província de Minas Gerais, na pessoa de Sua Excelência, o digníssimo Senhor Governador Geral Clarimundo Ladisbão, aqui presente (ao ser designado, o Governador fez uma discreta vênia), compromete-se neste compromisso a - Primeiro: no sentido de preservar os superiores interesses da pátria, a partir do respeito em toda a Província de Minas Gerais aos sagrados princípios que norteiam a política governamental, e a fim de proteger os interesses de cada um no proveito de todos e o proveito de todos no interesse de cada um...
- Basta - cortou vivamente Viramundo com um gesto enérgico, descartando o primeiro item.
- Vamos ao segundo.
O arauto vacilou, mas, a um gesto do Governador, obedeceu:
- Segundo: levando-se em conta a necessidade de eliminar as mazelas sociais que tanto comprometem os mais elevados foros de nossa civilização, e na firme determinação de assegurar a ordem pública...
- Basta - cortou Viramundo.
- Passemos ao terceiro.
O arauto fez um gesto de desalento, mas prosseguiu:
- Terceiro: segundo...
O mentecapto interrompeu:
- Segundo ou terceiro?
O arauto embatucou:
- Segundo...
- O segundo você já leu e não interessa. Vamos ao terceiro!
- Segundo... - gaguejou o homem, intimidado, mas afinal venceu o impasse criado:
- Terceiro! Segundo os postulados cristãos a que se subordina a tradicional família mineira, na defesa intransigente do decoro e da moralidade pública...
- Basta - ordenou o comandante Viramundo pela terceira vez, liquidando também com aquele item.
- Falta muito?
- Não, esse era o último - informou o arauto, consternado, enrolando o pergaminho.
Viramundo voltou-se para o Governador Ladisbão, que, rodeado de altas autoridades civis e militares, por sua vez rodeados de um forte corpo de segurança, aguardava o fim da cerimônia com um sorriso de mofa, e declarou solenemente, apontando o documento nas mãos do arauto:
- Saiba o Senhor Governador Geral da Província de Minas Gerais que o respeito às normas protocolares, que regem uma tentativa de armistício como esta, me impedem de dizer onde Vossa Excelência deve enfiar esse canudo.
Fazendo-lhe uma seca mesura também protocolar, virou-lhe as costas e retirou-se, seguido do seu Estado-Maior. Quando passava pela ante-sala num passo estugado, esbarrou de súbito na filha do Governador, que ia entrando:
- Eu não o conheço de alguma parte? - perguntou ela.
Sem se abalar, ele respondeu de passagem:
- Agora é tarde, Inês é morta. Sinto muito, mas chorar não posso. Deu-lhe as costas e saiu..
ú ú ú ú ú
Não é ótimo!
(Fernando Sabino – trecho de “O GRANDE MENTECAPTO)



quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Por que razão deveria acontecer algum evento extraordinário em 2012?

Por que razão deveria acontecer algum evento extraordinário em 2012?

A “síndrome do fim do mundo” vai aos poucos contagiando ‘mentes e corações’ de quem assiste aos programas sobre o tema, transmitidos por canais de TV por assinatura, em especial o HISTORY CHANNEL, somado ao NATGEO, também - em menor escala - o DISCOVERY, e poderá levar a algo cujo nome poderia ser “Efeito Fim do Mundo”, pelo qual pessoas radicalmente, ou melhor, fanaticamente crédulas, fadadas a realizar uma ação devastadora, como os integrantes de grupos terroristas, poriam-na em prática, não para justificar as previsões simplesmente, e sim num ato de revelada fé inquebrantável, pouco importando se racional ou irracional, pois isto seria mera questão de ponto-de-vista, em face das conseqüências. Oportuno considerar, quem se explode em nome das próprias convicções está preparado para fazer qualquer coisa do gênero, e se – se! – os USA deram cabo de Bin Laden, no fanatismo de seus seguidores não causaram a menor mossa. Tenha-se em conta ainda que, desencadear uma hecatombe é relativamente fácil, através do emprego de um artefato nuclear, estes existentes aos milhares no planeta, muitos hoje nas mãos de gente qualificável como perigosa por causa de decepções com crenças arruinadas iguais ao comunismo, senão pela venalidade, ou atreladas ambas as condições, a de decepcionado com a de venal.
Por outro lado é cabível imaginar situação do tipo “quem fala diz menos do que sabe”, numa espécie de alerta aos capazes de entender, já que ser direto e objetivo para tratar do assunto “todos vocês estão condenados”, caso estivéssemos mesmo, só precipitaria o fim. No dia 21 de dezembro de 2012 o sol nascerá alinhado com o centro da Via Láctea, acontecimento astronômico que se dá a cada 26 mil anos, talvez desastroso para a Terra, provavelmente não, visto que da outra vez tudo indica não ter ocorrido grande coisa.
Em outubro de 1962, um dos momentos mais tensos da Guerra Fria, de potencial infinitas vezes mais catastrófico do que o 11 de setembro de 2001, porque estava em jogo o destino de cada criatura do mundo, Nikita Kruschev, o então Primeiro-ministro da URSS, abriu mão dos mísseis nucleares defensivos, montados em Cuba para dissuadir outra tentativa de invasão da ilha, semelhante à fracassada na Baía dos Porcos. À época, na década de 1960, havia uma clara tendência à proliferação dos arsenais nucleares, conforme, de fato, aconteceu.
Em 11 de setembro de 2001 agentes da Al-Qaeda intencionalmente bateram dois aviões contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em plena Nova Iorque, matando todos a bordo e muitos dos que trabalhavam nos edifícios.
Qual seria a correlação?
Há dois motivos plausíveis, sendo o primeiro de ordem sobrenatural, ligado às antigas previsões de povos supersticiosos, e o segundo – totalmente alheio à qualquer predição – caracterizado pela imensa falta de capacidade, ou leniência – complicado saber! – de quem poderia evitar, conforme feito em 62, e deixou de fazer em 2001.
POR QUE RAZÃO? Nostradamus explica?
Não, é claro! Erros e complôs acontecem o tempo todo
Contudo, eu e você, leitoras e leitores, faz tempo não entendemos nada, abarrotados por informações das quais a verdade dista anos-luz.
O que liquida à mim diversas vezes por dia, a despeito de pagar para assistir quirelas nos canais da TV a cabo, a propósito de não ver significado algum nos “montes de besteiras”, e, apesar disto, continuar a dissipar energia, a repetir bobajadas, a ver inúmeros postados como infalíveis, e donos da verdade, sem jamais se aperceberem de quão indivíduos responsáveis feito ‘JackKennedy e Nikita ‘Khrushchov’ relutaram para acabar com tudo, é o simples fato de – igual à vocês – não poder fazer nada além do meu alcance.
Do contrário, aquém do nosso alcance, digamos assim, meramente AQUÉM, o que poderíamos fazer, exceto nos vermos comovidos e consternados pelas notícias mais que “manjadas” da televisão? Que tal economizar um pouco de ‘luz e água’ hoje? Não dá? De álcool ou gasolina eu nem falei...
Ou falei!



THE SPACE

Something barely beyond of us...
The unlimited expanse in which everything is located

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

:: O "HP" está por(co) aí... ::

HISTÓRICO HP.1
HISTÓRICO HP.2
HISTÓRICO HP.3
IMAGEM HP.A
IMAGEM HP.B
IMAGEM HP.C
IMAGEM HP.12-C
(científica)
EVOLUÇÃO HP

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

:: Miscelânea - Maratona Vestibular - Bloco 2 ::

PROFESSORA SIMONE DEL RIO M. FERREIRA
Miscelânea - Maratona Vestibular - Bloco 2

:: Miscelânea - Maratona Vestibular - Bloco 1 ::

PROFESSORA SIMONE DEL RIO M. FERREIRA
Miscelânea - Maratona Vestibular - Bloco 1
 

Bandeirantes e Pioneiros

Bandeirantes e Pioneiros
Paralelo Entre Duas Culturas / Vianna Moog
A reação do povo brasileiro ao fenômeno político-econômico norte-americano abrange toda a gama que vai da submissão ao ódio cego, passando pela admiração honesta, mas ingênua, e pela análise crítica e desapaixonada. Ninguém assume, diante do extraordinário impacto que nos causa a presença americana, atitude de indiferença ou de desinteresse. Do fim da Segunda guerra Mundial aos nossos dias, sobretudo, com a divisão do cenário político internacional em dois grandes blocos antagônicos, o problema passou a ter em certos círculos uma componente rigorosamente emocional: ou se é a favor dos Estados Unidos – e entreguista – ou se é contra os Estados Unidos – e agente de Moscou.
Salta aos olhos de todo observador bem avisado que é preciso recolocar a questão nos seus devidos termos e estudá-la sem complexos nem rancores para entender as virtudes e os defeitos da chamada civilização americana, principalmente naquilo em que possam afetar nossa vida nacional.
Não é ainda tão vasta quanto seria de desejar, entretanto, a bibliografia brasileira sobre esse tema de tão grande interesse para todos nós. A história comparada dos dois gigantes está para ser escrita à luz de dados e fatos; o que temos em demasia são relatos de viagem, os pitorescos encontros com a realidade – alarmente para uns, perfeita para outros – de uma sociedade altamente complexa, desenvolvida e dominadora. Bandeirantes e Pioneiros, de Vianna Moog, é uma primeira tentativa séria de interpretação comparativa.
O segundo capítulo, intitulado Ética e Economia, é dos que mais estimulam o debate. Nele se coloca, paralelamente, o desenvolvimento de dois tipos de capitalismo: a progressão geométrica norte-americana, no quadro do protestantismo, a progressão aritmética brasileira, no quadro do catolicismo. Trabalho de erudição e pesquisa - equivale a um verdadeiro ensaio que, sozinho, justificaria prolongada e frutífera discussão.
Polêmico, aliás, é o livro todo. Vianna Moog suscita o diálogo com a crítica, já que admite – em seu prefácio – ter abordado “um tema essencialmente dinâmico, com um número quase ilimitado de incógnitas, todas a variarem umas em função das outras”, um tema, em suma, que “não é propriamente dos que comportam pronunciamentos definitivos ou julgamentos isentos de erros de observação, de emoção e de interpretação”.
O fato de já estar na nona edição – todas de grande tiragem – mostra quanto o livro tem sido lido, quanto ainda aguarda que o debate com outros livros e formulações se estabeleça publicamente. A perfeita compreensão do problema americano, focalizado pelo prisma do julgamento brasileiro, não pode e não deve ficar nas platitudes subservientes de muitos burgueses ou no anti-americano raivoso de alguns elementos radicais da esquerda epidérmica. Não é sensato que nos deixemos envolver, seja pelas deformações visuais daqueles que enxergam apenas os aspectos positivos da questão, seja pelos que admitem apenas os negativos.
Fiel a seu propósito de exercer presença estimulante no cenário cultural brasileiro, esta Editora vem oferecendo uma série de livros sobre a realidade norte-americana, procurando estudá-la sob os mais variados ângulos. Ao lado deste trabalho de Vianna Moog, cabem na estante daqueles que se interessam pelo assunto, estas outras obras que editamos recentemente: O Estado Militarista, de Fred J. Cook (análise do complexo industrial-militar que, hoje, praticamente controla a vida política naquele País; A Sexta Coluna, de Roger Burlingame (claro estudo sobre a atuação dos elementos de extrema direita no panorama político dos Estados Unidos); A Outra América, de Michael Harrington (um levantamento surpreendente e objetivo da pobreza que se oculta por detrás de uma fachada opulenta.).
Para que o Gigante adormecido desperte de uma vez, precisamos abrir os olhos para o mundo e focalizá-los, particularmente, no Gigante acordado.”.

Postado na íntegra por ROAMF.

sábado, 1 de outubro de 2011

domingo, 25 de setembro de 2011

GOL! - VW GOL - O FENÔMENO!

GOL – O VERDADEIRO FENÔMENO
(em 0601 25)

Qual é o carro nacional mais vendido? GOL. Qual é o mais exportado? GOL. Qual teve maior diversidade de motorizações? GOL. Qual foi o carro pequeno nacional com tudo em comum com um carro médio de prestígio? GOL. Qual o carro pequeno nacional capaz de superar os 200 km/h reais? GOL. Qual é o pioneiro em tecnologia automotiva de ponta? GOL. Qual o carro nacional mais ‘tunado’? GOL. E as perguntas se sucedem, inúmeras, sempre com a mesma resposta: GOL. 
Más o marketing da VW tem resolvido ‘matá-lo’ aos poucos. Ao invés de aprimorar cada vez mais, na qualidade e na diversidade de ofertas do produto, vem sistematicamente afunilando o caminho do notável pequeno veterano. Eu já tive uns 50 exemplares. Exceto os refrigerados a ar, experimentei todos os motores.
Simultaneamente fui proprietário de outros carros, inclusive modelos de grandes marcas, como dois BMW 325i relativamente novos, com “pedigree” (foram da minha mãe).
À época de um deles tive também um dos melhores GOLS, um GTI 16V completo, modelo 97, com a “façanhuda” bolha no capo. Pode parecer incrível, más o GTI 16V mostrava-se tão competente quanto os BMW, e às vezes até mais: curvava praticamente igual, tinha desempenho muito semelhante, o acabamento interno em couro era equivalente e, claro, o custo / benefício era muito inferior [aproximadamente (em 100): GOL = 30 / 80 = 0,375 ; BMW = 90 / 100 = 0,9].
Tudo isto sem falar do GTI 8V, também “bolinha”, branco nácar (tri-coat), a álcool, injetado, 1995, comprado “zero bala”... Acelerava feito uma “viúva negra” (Yamaha RD 350)! Bancos RECARO em couro cinza claro, volante em couro cinza com posição de mão preta, ABS, air-bag simples (um apenas), rodas “quinze” (opção da Concessionária) pré-lançamento... Comprei-o em Pouso Alegre - MG. Palavra: Foi o dia mais feliz da minha vida quando, voltando de BH, levei esse GTI – ainda sem placa – para minha casa, e lá, meu saudoso filho sentou-se do meu lado para acelerarmos a máquina novinha... 
Outro aspecto a ressaltar são os motores AP, montados no GOL a partir de 1985. Eu e um outro engenheiro fomos proprietários de uma oficina de preparo, na qual tínhamos o auxílio de um emérito profissional da região (São José dos Campos - SP).
O preparo mais comum era turbinar o carro, pois representávamos a extinta LARUS TURBO na cidade. Tínhamos vários clientes, 90% deles proprietários de GOL, Voyage, Parati, Saveiro, Santana ou Quantum.
Alguns optavam pelo maior conjunto turbo-compressor oferecido pela LARUS, o ALT456, e o motor, convenientemente preparado, rendia algo em torno de 250 CV, medidos ao freio. De uma forma notável não houve motor quebrado, mesmo sob essas (para a época) condições severas de utilização. Aliás, quem desejava uma preparação “pesada” não estava de brincadeira.
A maior ‘invenção’ da oficina foi a partir do motor 2.0 do Golf (biela longa), mantida a taxa de compressão original, apesar de substituído o cabeçote de fluxo cruzado por um convencional, e com sobrepressão de até 1,3 bares. Só não tínhamos a tecnologia para conservar o sistema de injeção eletrônica junto com o turbo, porém não era nada insolúvel com um bom carburador BROSOL PIERBURG ‘3E de Opala / 25-29’, devidamente afinado. Para evitar sobreaquecimento acrescentávamos um radiador igual ao do sistema de ar quente, em série com o radiador do sistema de arrefecimento, posicionado frente à grade dianteira, com amplo sucesso.
E o GOL virava um foguete! Claro, nas mãos erradas poderia se tornar um perigo. Com o ‘piloto’ certo, porém, era difícil de superar. Eu me vi fazendo curva perto de 200 km/h marcados no ponteiro num GOL GTS preparado conforme acabei de descrever. Em retas o velocímetro “virava” 220 km / h, o limite, e queria ir adiante...

· · · · ·

Faz algum tempo a Volkswagen tem optado por descaracterizar o produto GOL, face aos seus rivais internos, particularmente o Fox. Assim, o acabamento, tanto interno como externo, é incomparavelmente pior no GOL, o preço praticamente empata, o leque de cores é irrisório para o GOL, o descuido com a montagem é evidente no GOL, até as calotas – quando opção – mostram-se ridículas, e por aí vai.
Ora, são produtos com propostas diferentes, em termos de satisfação do cliente, quando o assunto é individualidade, ou seja, é tão razoável um GOL GTI quanto impensável um Fox GTI. Por que? Por uma razão simples: o Fox carece de personalidade e isto sobra no GOL. Apesar do comprador de um GOL GTI não ignorar a estrita semelhança entre o seu carro e um GOL 1.0, ele assim mesmo comprava (deverá comprar) o GTI, por saber quão diferenciado e excelente era - ou melhor, é - o carro. Aspecto e preço empatado, e a qualidade destoando, a extinção do GOL, evidentemente está declarada.

As razões do marketing da montadora são irrazoáveis para o consumidor interessado em optar pela melhor escolha. Com relação ao GOL GTI e a Parati GTI perguntei a dez ex-proprietários desses carros se eles comprariam um ‘zero km’, caso ainda existissem. Resposta: 100%, isso mesmo, 100% da amostra disse sim, se o preço estivesse na faixa dos R$ 50 mil, um pouco mais, um pouco menos, dependendo dos equipamentos.
Por outro lado, o produto GOL 1.0 deveria obrigatoriamente, como ‘carro de combate’ da VW, e em razão de sua longevidade, ser o carro mais barato do país. Nesse ponto também erra o marketing da VW, pois não consegue tal objetivo, e, parece, nem cogita dele.
Com o surgimento da ”Geração 4, a situação do GOL assumiu ares ridículos. A Parati manteve opções sem (muito) despojo, ao contrário do GOL. Novamente a despersonalização é a tônica.
O GOL perdeu o belíssimo painel de instrumentos branco com iluminação azul trespassada, perdeu os faróis duplos com máscara negra, perdeu a botoeira de controle central ultraprática, perdeu a provisão para tweeters das portas, perdeu o console central chegando ao painel, como pouco antes já houvera perdido a opção de motores 2.0, 2.0 16V, 16V-Turbo, bem como os acabamentos ‘Comfortline’, ‘Estilo’, e ainda – desgraçadamente - a versão GTI.
Ao invés disso poderia ter ganhado maçanetas e capas dos retrovisores na cor do carro, saída de ar funcional na capa do pára-choque traseiro, moldura plástica das soleiras das portas (como nos GTI Geração 2 / os “Bolinha”), silencioso com ponteira dupla e bancos RECARO, como nos antigos GTS / GTI Geração1, esmero na estamparia e na ajustagem e muitas coisas mais.
Criatividade, todos sabem, a VW tem de onde tirar quando se trata do GOL: é só observar os ‘tunados’!
O GOL é também o último automóvel pequeno nacional com disposição longitudinal de motor, característica óbvia, e com discutível inferioridade em relação à transversal, sobretudo no tocante ao escapamento, à solução de projeto da suspensão dianteira e ao amortecimento das oscilações do motor. Ele costuma ser criticado pelo longo capô - devido ao motor N-S, sendo esta justo uma faceta explícita da personalidade do carro.
Finalmente, o GOL tem uma posição de dirigir baixa, típica, inconfundível e única. Ela transmite sensação de segurança ao motorista, permitindo-lhe explorar o carro, sem ficar imaginando um acidente a cada curva. Fica, portanto, uma sugestão à VW: ao invés de extinguir porque não aperfeiçoar?
Vejam um ligeiramente melhorado, de propriedade desse autor...