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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Qual é o seu maior desejo? (continuação)

(continuação)
O bom mesmo é ter gozo de porco, tesão de galo e pica de jumento.
Você pede e zaz! Eis sua pica de 30 cm, grossa e sempre dura feito mandioca (sem cozinhar, é claro!). Super satisfeito você tira foto dela e põe no site de relacionamento, junto com seu e-mail. Imediatamente sua caixa postal fica repleta de mensagens, tudo gente querendo ‘dar pra você’, mulheres, homens, veados, bichas, sapatões, travestis, molambentas, magnatas,  titias, algumas vovós e alguns engenheiros, dentre estes o famoso chefe Malaquias... Sem pestanejar você passa o endereço da sua casa para as pessoas, e caravanas de desesperados, vindas dos mais longínquos rincões, começam a chegar onde você mora. Trazem presentes para lhe dar em troca de uma socada, jóias, relógios, carros, caminhões, ônibus, tratores, eletrodomésticos, sapatos, bolsas, cintos, meias, calcinhas, cuecas, capas, blusões, batinas, batas, fardas, camisolas, anáguas, roupões, livros, cadernos, bois, cavalos, burros, cães, gatos, galinhas, galos, passarinhos, peixes, papagaios, cobras, lobos, leões, tigres, elefantes, girafas, macacos... É meu caro! Homem que dá no couro ta em falta hoje em dia! Sem mais aquela a turma lhe bota um apelido - Cuca, ou melhor, Seu Cuca - e você fica na maior felicidade! Vez por outra, no intervalo entre os ‘pegas’, você chega da janela e grita eufórico, a plenos pulmões, para os desvairados, na linguagem que lhes é peculiar: “Aí malandragem: Seu Cuca é ieu! Seu Cuca é ieu gente boa!”.
Uma confusão dos diabos se forma na sua rua, logo se estendendo para a avenida próxima, mais tarde indo parar no centro da cidade. Enquanto isto você vai “chegando o relho” na cambada! Para algumas e alguns saírem, depois de serem enrabados, seria preciso o concurso da polícia, que montaria guarda vinte e quatro horas por dia em frente da sua residência. Os animais dados de presente, presos em jaulas amontoadas na sua rua, fazem um barulho ensurdecedor. Rugidos, roncos, guinchos, silvos, latidos, rosnados, assovios e trinados se multiplicam noite adentro. O fedor da caganeira e da murrinha da bicharada empesta a atmosfera. Um leão consegue fugir, pula para o quintal do seu vizinho, o devora, e o povão furioso se revolta aos berros: “frouxo!”, “não da conta!”, “molenga!”, “xibungo!”, “pereba!”, “piruba!”... Quem não foi atendido começa a inventar estórias, dizem que você tem parte com o demônio, que está possuído, fazendo o bispo da diocese local intervir e providenciar um exorcista.
Vem o ex-padre Crotão, o grande ex-Crotão - conforme o chamam no meio eclesiástico, protegido por um troço de soldados sob o comando de um coronel, o coronel Pastos, que logo no início de tudo queria rebolar na sua vara e você dispensou. Instilado por Pastos, cheio de despeito por ter sido dispensado, ex-Crotão decide que o melhor é capá-lo. Os soldados o seguram e, de novo, zaz! Lá se vai seu caralhaço. Pastos decepa sua enorme pemba, e ligeiro a 'recolhe' de lembrança, enfiada você sabe onde...
Uau! Nem pensar em querer isso!
ú ú ú ú ú
(continua em breve)

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