Powered By Blogger

domingo, 25 de setembro de 2011

GOL! - VW GOL - O FENÔMENO!

GOL – O VERDADEIRO FENÔMENO
(em 0601 25)

Qual é o carro nacional mais vendido? GOL. Qual é o mais exportado? GOL. Qual teve maior diversidade de motorizações? GOL. Qual foi o carro pequeno nacional com tudo em comum com um carro médio de prestígio? GOL. Qual o carro pequeno nacional capaz de superar os 200 km/h reais? GOL. Qual é o pioneiro em tecnologia automotiva de ponta? GOL. Qual o carro nacional mais ‘tunado’? GOL. E as perguntas se sucedem, inúmeras, sempre com a mesma resposta: GOL. 
Más o marketing da VW tem resolvido ‘matá-lo’ aos poucos. Ao invés de aprimorar cada vez mais, na qualidade e na diversidade de ofertas do produto, vem sistematicamente afunilando o caminho do notável pequeno veterano. Eu já tive uns 50 exemplares. Exceto os refrigerados a ar, experimentei todos os motores.
Simultaneamente fui proprietário de outros carros, inclusive modelos de grandes marcas, como dois BMW 325i relativamente novos, com “pedigree” (foram da minha mãe).
À época de um deles tive também um dos melhores GOLS, um GTI 16V completo, modelo 97, com a “façanhuda” bolha no capo. Pode parecer incrível, más o GTI 16V mostrava-se tão competente quanto os BMW, e às vezes até mais: curvava praticamente igual, tinha desempenho muito semelhante, o acabamento interno em couro era equivalente e, claro, o custo / benefício era muito inferior [aproximadamente (em 100): GOL = 30 / 80 = 0,375 ; BMW = 90 / 100 = 0,9].
Tudo isto sem falar do GTI 8V, também “bolinha”, branco nácar (tri-coat), a álcool, injetado, 1995, comprado “zero bala”... Acelerava feito uma “viúva negra” (Yamaha RD 350)! Bancos RECARO em couro cinza claro, volante em couro cinza com posição de mão preta, ABS, air-bag simples (um apenas), rodas “quinze” (opção da Concessionária) pré-lançamento... Comprei-o em Pouso Alegre - MG. Palavra: Foi o dia mais feliz da minha vida quando, voltando de BH, levei esse GTI – ainda sem placa – para minha casa, e lá, meu saudoso filho sentou-se do meu lado para acelerarmos a máquina novinha... 
Outro aspecto a ressaltar são os motores AP, montados no GOL a partir de 1985. Eu e um outro engenheiro fomos proprietários de uma oficina de preparo, na qual tínhamos o auxílio de um emérito profissional da região (São José dos Campos - SP).
O preparo mais comum era turbinar o carro, pois representávamos a extinta LARUS TURBO na cidade. Tínhamos vários clientes, 90% deles proprietários de GOL, Voyage, Parati, Saveiro, Santana ou Quantum.
Alguns optavam pelo maior conjunto turbo-compressor oferecido pela LARUS, o ALT456, e o motor, convenientemente preparado, rendia algo em torno de 250 CV, medidos ao freio. De uma forma notável não houve motor quebrado, mesmo sob essas (para a época) condições severas de utilização. Aliás, quem desejava uma preparação “pesada” não estava de brincadeira.
A maior ‘invenção’ da oficina foi a partir do motor 2.0 do Golf (biela longa), mantida a taxa de compressão original, apesar de substituído o cabeçote de fluxo cruzado por um convencional, e com sobrepressão de até 1,3 bares. Só não tínhamos a tecnologia para conservar o sistema de injeção eletrônica junto com o turbo, porém não era nada insolúvel com um bom carburador BROSOL PIERBURG ‘3E de Opala / 25-29’, devidamente afinado. Para evitar sobreaquecimento acrescentávamos um radiador igual ao do sistema de ar quente, em série com o radiador do sistema de arrefecimento, posicionado frente à grade dianteira, com amplo sucesso.
E o GOL virava um foguete! Claro, nas mãos erradas poderia se tornar um perigo. Com o ‘piloto’ certo, porém, era difícil de superar. Eu me vi fazendo curva perto de 200 km/h marcados no ponteiro num GOL GTS preparado conforme acabei de descrever. Em retas o velocímetro “virava” 220 km / h, o limite, e queria ir adiante...

· · · · ·

Faz algum tempo a Volkswagen tem optado por descaracterizar o produto GOL, face aos seus rivais internos, particularmente o Fox. Assim, o acabamento, tanto interno como externo, é incomparavelmente pior no GOL, o preço praticamente empata, o leque de cores é irrisório para o GOL, o descuido com a montagem é evidente no GOL, até as calotas – quando opção – mostram-se ridículas, e por aí vai.
Ora, são produtos com propostas diferentes, em termos de satisfação do cliente, quando o assunto é individualidade, ou seja, é tão razoável um GOL GTI quanto impensável um Fox GTI. Por que? Por uma razão simples: o Fox carece de personalidade e isto sobra no GOL. Apesar do comprador de um GOL GTI não ignorar a estrita semelhança entre o seu carro e um GOL 1.0, ele assim mesmo comprava (deverá comprar) o GTI, por saber quão diferenciado e excelente era - ou melhor, é - o carro. Aspecto e preço empatado, e a qualidade destoando, a extinção do GOL, evidentemente está declarada.

As razões do marketing da montadora são irrazoáveis para o consumidor interessado em optar pela melhor escolha. Com relação ao GOL GTI e a Parati GTI perguntei a dez ex-proprietários desses carros se eles comprariam um ‘zero km’, caso ainda existissem. Resposta: 100%, isso mesmo, 100% da amostra disse sim, se o preço estivesse na faixa dos R$ 50 mil, um pouco mais, um pouco menos, dependendo dos equipamentos.
Por outro lado, o produto GOL 1.0 deveria obrigatoriamente, como ‘carro de combate’ da VW, e em razão de sua longevidade, ser o carro mais barato do país. Nesse ponto também erra o marketing da VW, pois não consegue tal objetivo, e, parece, nem cogita dele.
Com o surgimento da ”Geração 4, a situação do GOL assumiu ares ridículos. A Parati manteve opções sem (muito) despojo, ao contrário do GOL. Novamente a despersonalização é a tônica.
O GOL perdeu o belíssimo painel de instrumentos branco com iluminação azul trespassada, perdeu os faróis duplos com máscara negra, perdeu a botoeira de controle central ultraprática, perdeu a provisão para tweeters das portas, perdeu o console central chegando ao painel, como pouco antes já houvera perdido a opção de motores 2.0, 2.0 16V, 16V-Turbo, bem como os acabamentos ‘Comfortline’, ‘Estilo’, e ainda – desgraçadamente - a versão GTI.
Ao invés disso poderia ter ganhado maçanetas e capas dos retrovisores na cor do carro, saída de ar funcional na capa do pára-choque traseiro, moldura plástica das soleiras das portas (como nos GTI Geração 2 / os “Bolinha”), silencioso com ponteira dupla e bancos RECARO, como nos antigos GTS / GTI Geração1, esmero na estamparia e na ajustagem e muitas coisas mais.
Criatividade, todos sabem, a VW tem de onde tirar quando se trata do GOL: é só observar os ‘tunados’!
O GOL é também o último automóvel pequeno nacional com disposição longitudinal de motor, característica óbvia, e com discutível inferioridade em relação à transversal, sobretudo no tocante ao escapamento, à solução de projeto da suspensão dianteira e ao amortecimento das oscilações do motor. Ele costuma ser criticado pelo longo capô - devido ao motor N-S, sendo esta justo uma faceta explícita da personalidade do carro.
Finalmente, o GOL tem uma posição de dirigir baixa, típica, inconfundível e única. Ela transmite sensação de segurança ao motorista, permitindo-lhe explorar o carro, sem ficar imaginando um acidente a cada curva. Fica, portanto, uma sugestão à VW: ao invés de extinguir porque não aperfeiçoar?
Vejam um ligeiramente melhorado, de propriedade desse autor...

Nenhum comentário:

Postar um comentário